Classificação do preparo cavitário

O preparo cavitário

Antes de iniciar como funciona a classificação do preparo cavitário, saiba que os preparos cavitários realizados nos dentes foram executados de forma empírica até o final do século XX. Em 1908, Black elaborou as primeiras normas para se confeccionar um preparo cavitário, denominando de Princípios Gerais do Preparo Cavitário.

Para que os profissionais da área odontológica sejam capazes de se
entenderem mutuamente, é necessário o conhecimento das nomenclaturas das cavidades para o entendimento e informações em como realizar o preparo de uma cavidade.

Classificação de acordo com o número de faces

Em que ocorre a cavidade:

Simples – uma só face

Composta – duas faces

Complexa – três ou mais faces

Classificação artificial de Black

Cavidades reunidas em classes que requerem a mesma técnica de
instrumentação e restauração.

Classe I

Cavidades preparadas em regiões:

• de cicatriculas e fissuras na face oclusal de molares e pré-molar
• 2/3 oclusal da face vestibular dos molares inferiores
• na face lingual dos incisivos e caninos superiores, 2/3 da face palatina dos molares superiores

Classe II

Cavidades preparadas nas faces proximais dos pré-molares e molares.

Classe III

Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem remoção do ângulo incisal.

Classe IV

Cavidades preparadas nas faces proximais dos incisivos com remoção e restauração do do ângulo incisal.

Classe V

Cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, nas faces vestibular e lingual de todos os dentes.

Classe V

Alguns autores acrescentaram a classificação artificial de Black, cavidades
Classe VI.
Nessa classe incluem as cavidades preparadas nas bordas incisais e nas pontas de cúspide.

Classificação de acordo com a forma e extensão das cavidades

Inlay (Intracoronárias)

Cavidades confinadas no interior da estrutura dental, como uma caixa pura.
Ex: classe I oclusal, classe V, classe II composta e complexa sem proteção de cúspides.

Onlay (Extracoronárias)

Apresentam cobertura de cúspides e/ou outras faces dos dentes.
Ex: restaurações MOD com proteção de cúspides.

Classificação do preparo cavitário quanto à finalidade

Terapêuticas

Cavidades realizadas nos casos em que a lesão cariosa, abrasão, erosão, abfração, fratura ou outras lesões dos tecidos duros dos dentes tenham comprometido a estrutura coronária parcial ou totalmente, cujo preparo é condicionado a uma restauração individual do dente, visando à reconstrução morfológica funcional e estética.

Protéticas

São as cavidades preparadas para servir como retentores ou apoio para prótese fixa e removível, podendo ser realizadas tanto em dentes afetados quanto em dentes hígidos.
Atualmente, com a utilização dos materiais restauradores estéticos existentes, o preparo cavitário sofreu significativas mudanças, devido à característica de união química do material com a estrutura dental, que não necessita de retenções, evitado o desgaste de estrutura sadia.

Relações interdentárias

Há dois tipos de relação de contato entre os dentes: relação interproximal e
relação oclusal. A relação interproximal caracteriza-se pelo contato estabelecido entre as faces proximais de dentes adjacentes de mesmo arco. E a relação oclusal é descrita como relação de contato entre dentes antagônicos, ou seja, de arcos opostos.

A relação interproximal ocorre entre dentes de mesmo arco. A relação interoclusal ocorre entre dentes de arco opostos (antagônicos).
Cada dente faz contato proximal com dois outros dentes, sendo que a face mesial toca a face distal de seu dente vizinho. A exceção é observada nos incisivos centrais que fazem contato entre si por mesial e os terceiros molares, que só contatam por mesial.

O ponto de contato pode ser restabelecido artificialmente através de
materiais restauradores, restabelecendo a harmonia da relação entre os dentes.

Com isso concluímos a classificação do preparo cavitário de acordo com suas várias funcionalidades, princípios e aplicações mais utilizadas no consultório odntológico.